quinta-feira, 10 de maio de 2007

Esta definição de Ramal me parece suficientemente boa, dispensando maiores explicações. Um texto construído para internet precisa ser um hipertexto, senão ele não é navegável. Um texto para internet não precisa ser escrito. Ele pode ser constituído de áudio, ou vídeo, ou as três mídias reunidas. Ele pode ser apenas visual. Pode ser móvel ou estático, pode ter graus maiores ou menores de interatividade, pode exigir, pedir ou ignorar a existência de um ser naturalmente (não virtualmente) existente na frente da tela. Um texto de internet pode muita coisa. Ele só não pode ser incomunicável. Se o for, ele não existe: não está na rede.

É preciso pensar nisso quando se produz, ou se incentiva os alunos a produzir, um texto para internet. Ele será veiculado onde? Como se chegará a ele? E mais, para ele se tornar minimamente bom, ele precisa ter condições de se ligar a outros. São os links. Ligações, em bom português, entre um e outro conteúdo, que tornam um texto interativo e mudam sua orientação de leitura, fragmentando-a, de modo que a leitura pode ser feita da maneira que mais fizer sentido para o leitor, e não necessariamente da forma planejada pelo emissor.

Os links costumam ser sinalizados no interior de um texto com cores diferentes e sublinhados. Usuários acostumados a ler hipertextos já sabem onde podem clicar, e podem decidir se querem consultar os links oferecidos pelo redator do texto. Eles podem ser utilizados para dar explicações maiores sobre determinados assunto, direcionar o leitor para textos completos relacionados, indicar outras páginas, oferecer continuações, e tudo o mais que o produtor do texto desejar.

Essa possibilidade de ligação tem uma aplicação educacional clara. Sabemos que construir conhecimentos é relacionar. Relaciona-se algo novo a algo que já sabíamos, relaciona-se algo inusitado a situação da aprendizagem, relaciona-se sempre. Não existe aprendizagem descontextualizada. E essa contextualização pode ser dar pelos links. Assim como relações com figuras, diagramas, jogos, ferramentas, dicas.

Porém, isso precisa ser muito bem usado e muito bem pensado na instância da produção do texto. Quero relacionar isso a quê? Essa é a pergunta que precisa ficar o tempo todo.

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